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Mostrando postagens de maio, 2009
. De que cor? Quando me diziam que a vida era feita de escolhas, achava que estavam falando o óbvio. Coisas como futuro profissional, sabor do sorvete e até mesmo qual filme pegar na locadora. Mas hoje penso que eles tentavam me alertar sobre coisas maiores. Comecei a entender num dia comum. Acho que era uma quarta-feira, meio da tarde. Saí do trabalho para a manicure. O dia tinha sido tranqüilo e conseguira desligar meu computador com antecedência suficiente para tomar um café, num lugar agradável, entre o escritório e o salão de beleza. Sentei-me ao balcão e pedi um expresso com uma gota de leite. Quase ao mesmo tempo, ouvi o homem que pedia o simples do meu lado. Os cafés chegaram. Chegaram trocados. No primeiro gole, nós percebemos o erro e (só então) nos vimos. A coincidência e o total entendimento no olhar nos fez dar risada. E rimos muito depois disso. Antes que você me pergunte: não, eu não fiz as unhas àquela tarde. Dias depois, passei no mesmo café. Aliás, sempre que passo em
Achava meio brega, achava sem sentido, sequer parava pra escutar. A melodia sempre linda me cativava, mas nunca o suficiente. Eu não tentava acompanhar, nem repetir, tampouco decorar. A cada aula, mais gente a encontrava. Eu não. Fazia de conta que não era comigo. Não tenho nada com isso. Deixa cantar, logo passa. Defesa? . Até que, de repente, sem aviso prévio, senti-a pela primeira vez. Despi-me de qualquer preconceito ou expectativa e finalmente entendi. Em grupo, naquele momento, vivendo o crescer de uma ligação cada vez mais intensa, o sentido ultrapassou a barreira do som. Foi aí, e tão somente aí, que finalmente entendi... Deu meu coração de ficar dolorido Arrasado num profundo pranto Deu meu coração de falar esperanto Na esperança de ser compreendido Deu meu coração equivocado Deu de desbotar o colorido Deu de sentir-se apagado Desiluminado Desacontecido Deu meu coração de ficar abatido De bater sem sentido Meu coração surra
endereço certo . São Paulo, 5 de Maio de 2009 . Oi futura, Prefiro chamá-la assim, porque desconheço o destino desta carta. Já a origem, posso afirmar que trata-se de uma vontade louca e sem sentido. Vontade em dizer algumas palavras que passeiam por mim, desde não sei exatamente quando. Desde o momento em que te reconheci. O sentido não é lógico, claro, é daqueles que não merece ser analisado. Sentido pra ser vivido, experimentado, arriscado, sentido; apenas. Não. Eu não diria que se trata de uma carta de amor. A experiência diz que não é assim, de repente. Não o amor que se constrói, que se alimenta do amor crescente daquele que se ama. Como dois pequenos big-bens, chocando-se um com o outro, encontrando-se e reencontrando-se na ansiedade paciente do infinito. (Quem melhor do que o amor para falar de paradoxo). Enfim, falo do que pode ser, através do pano de fundo daquilo que já é. Que palavras são essas que persistem tanto sem um porquê? Curiosidade, como é de se imaginar; Cumplici
. Domingo O sonho acabava e misturava-se com a realidade. Sentia apertos nas costas, ou estavam mais para massagem? Não. Eram apertos mesmo. Dos bem doídos. Olhando de perto o travesseiro desfocado teve certeza de que ela espremia seus cravos das costas. Ele nunca gostou muito disso, mas ela amava. Vira e mexe, pegava-o dormindo, desprevenido, pele macia: podia se deleitar. - De novo, Cá? - Ah, você é muito chato. - Eu?! Ela se levanta e abre a porta do quarto. Dá para escutá-la ganhando os degraus da escada. Um pouco mais baixo, ouve o som da geladeira, do armário, o gostoso ruído do líquido tomando conta do copo... - Pê. Acorda, Pê. - Hm. Que foi? - Acorda. Eu não agüento mais ficar na cama. - Então levanta. - Ah. Desce comigo. O dia tá lindo. Vamos fazer alguma coisa? - Tipo? - Parque. Há quanto tempo que a gente não vai pro parque? - Domingo no parque? Trânsito, flanelinha, isso se achar lugar pra parar... E lá dentro então. Ou te atropelam com uma bicicleta ou leva mordida de pinc