Amarelou Papai me ligou às quatro da tarde. “Toma a vacina filho. Ribeirão é rota da doença de quem vai pra São Paulo.”, médico e preocupado com a “epidemia” de Febre Amarela, meu pai me aconselhava com seriedade. Desliguei o telefone e alertei meus colegas de trabalho em voz alta. A comoção foi generalizada, afinal, um médico disse; opinião de doutor é sempre levada a sério. Muitos concordaram, outros fizeram pouco caso, mas todos pararam para pensar. Sendo sincero: nem eu tinha a real intenção de me vacinar, apenas joguei o assunto no ar para ver no que ia dar. E deu. Pelo visto não foi só meu pai que alertou algum residente de Ribeirão Preto, pois no dia seguinte, o prefeito da cidade fez uma declaração pública, dizendo que não deveríamos nos preocupar, a doença estava longe de Ribeirão e blá blá blá. Ficamos tranqüilizados por alguns dias, até que morreu o primeiro símio na região. De febre amarela. Fodeu. Meu chefe chega uma bela manhã e nos convida para ir ao posto de saúde. Eu a