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Mostrando postagens de janeiro, 2007
Inesquecível Em um pequeno edifício, localizado acima de uma antiga drogaria, o palhaço Bozo despertava mais uma vez. Tristemente olhou o despertador de vidro rachado e foi até o pequeno banheiro. Ajeitou os tufos de cabelo vermelho como sempre fez em todas as manhãs de seus setenta e três anos. Vale dizer que dessa vez, seu vasto cabelo – da região lateral, é claro – não reluzia o mesmo brilho vermelho de outros tempos, e sim, um pálido tom rosado, em decorrência do descuido e enorme concentração de fios brancos. Mesmo assim, mantivera sua essência e formato do passado. Atou mais uma vez os cadarços de seu sapato 52, e preparou-se para enfrentar a escadaria que leva ao portão do edifício. Era muito cedo e a farmácia ainda não abrira suas portas, mas podia-se notar alguns enfeites natalinos em seus muros. Tal detalhe despertou na memória do palhaço Bozo uma esperança vivaz. Lembrou-se que era Natal, e que isso trazia vantagens em sua eterna busca por emprego, e quiçá, pelo reconheci