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Mostrando postagens de outubro, 2007
Falante Na primeira noite confesso que não fui muito com a cara dele. Eu tinha apenas seis anos, mas já gostava de cuidar do que tinha; meu quarto era o meu reino. Mas, meu quarto pertencia a um reinado maior: minha casa. E a rainha (mamãe) obrigou-me a aceitá-lo. Como se não bastasse, Marcelo Marmelo Martelo – obra-prima da literatura infantil – veio junto, bem em cima do tal criado-mudo. Enquanto tentava pegar no sono, contando carneirinhos, escutei uma voz. Acendi rapidamente o abajur e nada. Não tinha nada diferente no quarto, exceto pelo novo item da mobília. Olhei para ele e juro que pensei tê-lo visto olhando para mim. Pode ter sido só impressão, mas tinha certeza que o livro fora deixado fechado. Apaguei os olhos e fechei a luz. Ou vice-versa (estava confuso). A voz voltou e continuou falando o que parecia ser o começo do livro. Decidi permanecer de olhos fechados e, aos poucos, a história do pequeno Marcelo foi se confundindo com a minha e quando percebi, a luz da manhã me aco
Sempre o primeiro. Pra sempre. “Quem ama pensa que vai ser felicíssimo e estranha qualquer espécie de sofrimento. Ora, a vida ensina justamente que duas criaturas que se amam sofrem, fatalmente.” É assim que começa um dos textos de Nelson Rodrigues. O tema: amor; claro. Quando alguém que nunca amou de verdade ama, o que ocorre é algo incrível, uma mágica; tudo parece lindo, os problemas são menores, a alegria infinita. Sensações fantásticas tomando conta... do ar, das coisas, dos cheiros, dos sonhos. Mas, infelizmente Nelson está certo, e no amor nem tudo são flores. Existem sim momentos que ficam eternamente, mas a paixão chega ao fim, e com ela, o amor. E quando isso acontece, a pessoa se sente sem chão, sem vontade, sem vida, sem reconhecer o valor da liberdade e das coisas que abrira mão enquanto amava. Acha que o que deixou de ser é mais importante do que tudo que está por vir. O que ela não faz idéia é o quão pequeno tudo isso se tornará
Ética de Elite Todo mundo conhece o filme Tropa de Elite, a nova coqueluche brasileira. Muitos assistiram de forma ilegal – assim como eu – e outros ouviram falar, ao menos. Além de ser dono de um realismo assustador, o filme se aventura em âmbitos de ideologia e moral. O estado repressor, a sociedade estereotipada, enfim, uma massa heterogênea que podemos chamar de Rio de Janeiro; no caso. Mas não vim aqui para falar de política, tampouco antropofagia (não me arriscaria nesses temas). O assunto é a ética. Tenho escutado muita gente, me incluo no grupo, criticando o sistema e os playboys que fumam maconha. Curioso: não são esses críticos os mesmos que assistiram ao filme pirata? Se não me falha a memória, a pirataria provêm da mesma fonte do tráfico, e quando não, é crime do mesmo jeito. Bonito isso: vir com um discurso todo correto depois de um filme pirata. Outro dia, uma amiga minha confidenciou-me que havia ‘comprado’ uma prova, de um funcionário da instituição onde enstuda. Detalh