Presente Entrou naquela casa como sempre fez desde pequeno, cumprimentou D. Cláudia com carinho de segunda mãe, e seguiu rumo ao quarto da garota, que hoje é praticamente seu de tanto entrar. Ao abrir a porta, ela estava – de novo – na cama. – Vai, levanta daí. – Um som abafado pelo edredom respondeu algo inaudível. Ele insistiu: – Pô, Ju. Levanta meu. Por favor. – Repetido o som, desta vez escutado: – Me deixa em paz... – sem ligar para a resposta e sentando ao pé da cama, continuou a argumentar: – É sério, Ju. O que você ganha deitada aí? Já passaram duas semanas. – A questão é o que eu não perco. – Paciente, ele deu trela: – Ok. O que você não perde? – A resposta seguinte veio no tom mais amargo que aquela voz doce de menina jamais proferiu: – Nada. Mas sempre que eu levanto ou ponho a cara para fora, alguma coisa dá errado. Já aqui? Não perco nada. – Pára de besteira, garota. Vamos dar uma volta! Mudar esse cabelo, fazer compras na Zara, comer besteira no Bu