Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2008
De pé e a sós Quem ficar no mundo das idéias tende a ficar só. Sejamos realistas: se existe príncipe encantado e a mulher perfeita, eles se casaram e vivem felizes para sempre num reino far far away. Bom, está certo que muitos casais (principalmente os amantes de primeira viagem) se sentem na pele desses dois personagens no início do relacionamento. Enfim, esse é outro ponto que merece uma reflexão a parte. A bola da vez é a solidão. E os pés. Explico. Todo pé cansado acha um sapato velho que lhe sirva; mas não aquele que lhe convém. Parece óbvio, mas eu sempre vejo (e não me excluo fora da amostragem) pés insistindo em sapatos que não lhe servem mais, ou ainda, que nunca lhe serviram. Não bastam as bolhas e joanetes colecionadas ao longo do tempo? Tem pé, que mesmo vendo seu objeto de desejo vestindo a outro, acha que o sapato ainda é dele. O que um pé desses tem na cabeça? Talvez seja mais fácil viver a ilusão de um sapato impossível do que dar o pé a tapa.
As Minhas Meninas Tinha uns treze anos quando se apaixonou. Geni era o nome que o iniciou. Como não notara tal poesia antes, se perguntava; o problema é que nunca fora o único. Não demorou a perceber que Geni não podia ser sua. Geni era de todo mundo e ele, de ninguém. Mas acontece que apesar dela, e mais, graças a ela, o amanhã foi sim outro dia. Ele entendeu que existiam muitas outras, tão boas ou melhores que Geni. A segunda lhe chegou. E ficou. Rita era perfeita, um pouco mais velha, madura, e talvez por isso, tão fundamental. Especial na forma e conteúdo, uma obra de arte, aos olhos de todo admirador e artista. Para sua profunda tristeza, o pior aconteceu. Rita se foi do jeito que veio. Trocando em miúdos, sumiu de sua vida e caiu no esquecimento. De uma hora pra outra, de repente. Foi quando conheceu uma morena. De olhos bem verdes, que lhe suscitavam querer mergulhar dentro deles. Ele a convenceu a acreditar que valia a pena, e juntos viveram um conto de fadas.