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Mostrando postagens de dezembro, 2008
Madrugada Insônia de novo. Merda. Sei que já devem ser altas horas. Conheço a madrugada pela quase ausência de ruído nas ruas. Acendo a tela do celular. O horário é o mesmo de sempre: quatro e um. De novo? Será isso algum sinal do sobrenatural para um cético como eu? Existe muita coisa que você desconhece, reles mortal. Foda-se. Sempre me aconselharam a correr em caso de insônia. Eu não costumo correr nem de cachorro, quanto mais nas ruas, em plena madrugada. Mas depois de tantas noites acordando às quatro e um era melhor tentar algo diferente. (Se fico na cama, conheço bem o final). Logo ganho as ruas, vou num ritmo leve, preciso ajudar minha condição física a me levar para fora do bairro; ao menos. Depois da segunda grande avenida, começo a me surpreender: estou indo longe demais. Ao melhor estilo Forrest Gump, arrisco uma avenida maior, e vou ainda mais longe. Estou suado, mas não cansado. Corro, e corro mais um pouco. Venço uma grande ladeira, aproveito a descida para respirar. Nã
Doze Deitada de bruços e rosto contra o travesseiro mal conseguia respirar. As lágrimas há muito já secas e a cabeça doendo de tanto pensamento; nojento, desprezível. Ainda se morasse num andar mais alto. Do quinto, a queda poderia apenas ferir, o que faria sua existência ainda mais nojenta e desprezível. Lembrou-se de uma frase de filme B, daqueles nojentos mesmo: se é pra pular, que pule do décimo segundo. Doze, é isso. Doze. Saiu do elevador e tocou a campainha. Um por andar, a porta marcava cento e vinte e um. A empregada abriu com semblante curioso, e antes mesmo que pudesse dizer palavra, a garota do quinto andar saiu em disparada. Empurrou a porta com a empregada junto, correu pela sala, em direção à varanda de céu azul ao fundo. Mas, pouco antes de alcançar a porta de vidro, um jovem que assistia à TV se jogou contra ela. No chão, debatia-se, tentava se desvencilhar. Ele, mais forte, pedia calma. Quando conseguiu fazê-la parar de se debater, olhou a cena por completo. A porta e
Só seis. Da lista de livros diferentes e inusitados que saem por aí, eu não podia deixar de comentar este: 'Not Quite What I Was Planning' (Não era bem o que planejava). Lançado nos EUA, o livro nada mais é do que uma grande coletânea de frases contendo apenas seis palavras, vindas de famosos e anônimos. O curioso é o teor destas frases. Pediram a eles que resumissem a própria vida (até o momento, não estamos falando do Oscar Niemeyer) em seis palavras. Só seis. Fico imaginando a resposta de algumas pessoas. Adriane Galisteu certamente diria: “O antes e depois de Senna”. Já para Silvio Santos, seria justo dizer: “Quem quer dinheiro? Eu sei ganhar”. Caetano, se brincasse com suas próprias citações: “Uma vida verdadeiramente extraordinária, ou não”. Outro menos popular, como o navegador Amyr Klink, poderia dizer: “Passei quase metade dela no gelo”. Clodovil, prepotente como sempre e inspirado na onda do movimento gay, diria: “Orgulho é ter sido o primeiro
2008 Um ano. Muito mais que doze meses ou trezentos e sessenta e cinco dias, um ano é data redonda, usada com freqüência e representativa ao extremo. Para começar, é aniversário; não só o meu ou o seu, mas de qualquer data existente. Dia disso, dia daquilo, bodas de todo tipo e pedra preciosa, até da morte se “comemora” o aniversário. Da escola à pós-graduação (ou qualquer outro tipo de curso), talvez sejam os casos em que o ano ganha mais força, chega a segregar. Eu estou na oitava, mas ela é do primeiro. Nossa, que longe! Inacessível. Há também a característica de relatividade do ano. Se já faz um ano que alguém morreu, quase sempre parece que foi ontem. Quando foi que eles casaram? Ih, tem tempo. Um ano. Morando em outra cidade, o ano causa este efeito contraditório de forma simultânea. Poxa, já faz trezentos e sessenta e cinco dias que não durmo na minha cama. Por outro lado, não acredito que, em apenas doze meses, conheci tantas pessoas e lugares novos. Na maioria, especiais. Deix